sábado, 24 de setembro de 2011

No meu tempo de criança a Liberdade era assim

No meu tempo de criança a Liberdade era
(Entrevistado)
                                    
No meu tempo de criança a Liberdade nada mais era que uma Fazenda; havia muitos pés de bananas a cacau, jaqueiras, mangueiras, havia gados pés de mamão da Índia havia cafezais. A liberdade hoje perdeu essas características ficaram para traz, onde chegaram a evolução a modernidade, - a fazenda deu espaço para o asfalto a água encanada as luzes os carros as motos, vieram as televisões- . A liberdade se tornou um bairro residencial e comercial que ganhou vida própria as pessoas não precisam se deslocar para comprar roupas, tem seu shopping. Com a evolução vieram os problemas assim como outros bairros do mundo inteiro a criminalidade a falta de Políticas Públicas a falta de maternidade a falta de uma escola técnica, a falta de área de lazer para as crianças, campo de futebol. Mas também as coisas boas, os blocos carnavalescos.  A Liberdade em si é um bairro cultural tem poetas, atores e músicos. Eu sou um arquivo vivo da cultura dessa nação chamada Liberdade sou escritor, poeta, ator, sócio fundador do grupo Pórtico grupo de literatura. Com toda tecnologia, com toda informação, facilidade, com todo desenvolvimento sinto saudade do tempo de outrora. Onde as pessoas podiam ficar nas portas e janelas de suas residências, dormiam de portas abertas. Não havia maldade, as pessoas não precisavam fazer de suas residências uma prisão, tempo em que as crianças eram crianças. Tempo que se tinham valores, o respeito era mútuo, em que as crianças podiam brincar sem receio, hoje as crianças tem que ser vigiadas 24h por dia para não se perderem na vida. A tecnologia trouxe coisas boas trouxe o mundo para dentro de casa, mas também trouxe muitas informações deturpadas. Os nossos hoje estão se perdendo no mundo das drogas. Houve épocas em que os filhos interavam seus pais, mais hoje os pais interam seus filhos. Perdendo para o mundo do crime, para as drogas isso por falta da presença da mãe no dia a dia de seus filhos, pois estas estão saindo muito cedo de suas residências para trabalhar assumindo muitas vezes o papel da mãe e do pai ao mesmo tempo. Crianças essas que ficam expostas ao mundo escuro.
Ainda existem aqui no bairro procissões, pessoas que ainda rezam Santo Antônio, o tradicional caruru de setembro, o candomblé, os blocos juninos.
Ainda são conservadas as amizades antigas, nasceram-se varias ruas, becos.
A Liberdade é uma fronteira para com acesso a vários bairros exemplos Iapi, Pero Vaz, Largo do Tanque, Pau Miúdo, Barbalho, Calçada, Fazenda Grande, Santa Mônica, San Martins e  a famosa Praia Canta galo, Feira de São Joaquim.
Apesar de ter nascido na cidade no bairro da Liberdade tive uma criação de garoto do interior, minha mãe uma sargentona que não me dava espaço para brincar com os colegas na rua, quando ia comprar o pão e qualquer outra coisa, embora não merecesse, mas apanhei muito por parte de minha mãe. De meu pai nunca levei um beliscão com ele era, mas na conversa.  Apesar da vida dura que tive de muita humildade, mas de boa educação doméstica, hoje me sinto uma pessoa realizada, hoje visto como o que eu sinto vontade. Me sinto uma pessoa rica em relação a pessoas da minha época e da sociedade em que eu vivo.  Minhas filhas hoje já tem uma educação privilegiada. E para elas uma grande vitória que é o saber. Faculdade na minha época era coisa de políticos, famílias nobres, brancos, os negros não tinham esse espaço tanto como hoje. Hoje já temos juízes, já tivemos um Presidente da República que era torneiro mecânico – operário. Delegadas e delegados negros, ministros, coisa que em algumas décadas atrás era impossível. Isto para mim é uma grande vitória apesar de ser Bahia time de coração, mas tudo isso nada mais é uma vitória para mim que sou negro.  Apesar de não concordar com essas Políticas Públicas, onde o trabalhador tem que trabalhar 149 dias ano só para pagar impostos. O Brasil é um dos países que mais se paga imposto no mundo é não vejo ser retornado para o povo, como deveria ser, exemplo; deveríamos ter escolas, hospitais, rodovias, professores, deveriam ser bem mais remunerados, mais bem qualificados para garantir uma boa educação aos alunos de primeiro mundo, o que nós vemos as pessoas morrendo nas filas dos hospitais, alunos mau preparados, professores mau remunerados e outros trabalhadores. No entanto os políticos, com dois mandatos podem se aposentar e ganham salários exorbitantes muita das vezes criam leis que sacrificam ainda mais a vida dos pobres trabalhadores deveriam eles serem assalariados como os demais trabalhadores e serem remunerados de acordo índice do Dieese. Haja vista que além desse salário popançudo ainda ganham por sessões, quando aprovam projeto, sem contar não agravando a todos ainda existem as fraucatuas. Deveria-se acabar com essa tão imunidade parlamentar, deveria responder como qualquer ser humano comum. Mais isso também cabe a nós nos organizarmos e irmos as ruas cobrarmos para que sejam feitas uma revisão, também na Constituição que já está um tanto ultrapassada. Fazer uma varredura na vida de todos os políticos e só deixar dar continuidade os que realmente são íntegros e os demais serem todos caçados.   
O Brasil hoje está se tornando colônia, pois quase todos os estados já se paga pedágio a Bahia é um exemplo, nosso governador Jaques Wagner em licitação acredito eu concedeu a Expresso Bahia a explorar as nossas rodovias com pedágio criando-se um curral. Pergunto eu e onde está o direito de ir e vim, se eu tenho que pagar pedágio, isto é falta de Políticas Publicas, pois já pagamos impostos para o Governo aplicar na conservação de estradas e rodagens, cito aqui, pagamos; IPVA, já existe o imposto embutido no combustível, acredito eu que esse dinheiro está sendo empregado em outros fins. Espero alcançar um Brasil mais justo, onde as pessoas possam orgulhassem de serem brasileiros como cidadãos, vendo os impostos serem aplicados corretamente na saúde, na educação e em obras sociais.

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